quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Enfim.



Entre um trago e outro dos meus cigarros
Minha mente se enche de lembranças
Lembro-me da tua boca e do teu olhar
Lembro do sabor do cigarro nos teus beijos
E Percebo que por saudade do sabor da tua boca eu comecei a fumar
Sinto meu pulmão impregnar-se das substâncias tóxicas
E as vezes penso que fumo por ter medo do suicídio imediato
E prefiro matar-me aos poucos entre os tragos dos meus cigarros
Com minha mente cheia de lembranças e minhas lembranças tão cheias de ti 

domingo, 30 de junho de 2013

Inconveniente



E de vez em quando eu acho que tava melhor 
Melhor sem teu cheiro espalhado pela meu quarto
Sem esse aroma impregnado em meus lençóis 
Teria sido melhor não ter experimentado desses lábios
E nem ter deixado você pendurar seu vestido amassado no meu cabide
Não ter visto esse sorriso, nem o admirado por tanto tempo
Não ter permitido de modo algum 
Que pendurasse tua calcinha molhada na torneira do meu chuveiro
Eu devia ter cerrado os olhos para não apreciar tua beleza
(E por falar em beleza) Eu não devia ter te deixado tirar aquele belo sutiãn
E devia ter tampado os ouvidos para não ouvir a tua voz
E ter tirado teus cd's do meu rádio
Evitado teu sorriso safado
E jogado teus livros pela janela quando tive a oportunidade
Era pra eu me opor aos olhares
E ter te impedido de depilar-se com minha lâmina de barbear
Talvez eu estivesse bem melhor se você não tivesse tomado meu lugar.




terça-feira, 19 de março de 2013

Clarice Falcão - O Que Eu Bebi


O que eu bebi por você dá pra encher um navio

E não teve barril que me fez esquecer
O que eu bebi por você nunca artista bebeu
Nem pirata bebeu
Nem ninguém vai beber

O que eu bebi por você quase sempre era ruim
E bem antes do fim
Eu já tava à mercê
O que eu bebi por você me fazia tão mal
Que já era normal acordar no bidê



Cada dono de boteco e catador de lata agora te sorri agradecido
Se o seu plano era contra o meu fígado
Meu bem, você foi bem sucedido
Parabéns pra você.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Homemenino


Por fora de aço
por dentro gelatina
No exterior grande cavaleiro
No interior delicada bailarina
Um gigante de pedra 
Com coração de manteiga
Que por fora se nega
Mas por dentro cereja.

domingo, 3 de março de 2013

Versos Intimos



Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável! 
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera. 
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja. 
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!


                                        Augusto dos Anjos 


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Duvidosa.

                                       


Há uma beleza cambaleante 
Na inconstância  de teus sentimentos 
Uma bailarina bêbada 
A Dançar um estilo livre e só dela
Que encanta, choca e não cansa
Os meus olhos espectadores de teu mundo
Que vivem rezando para um dia 
Contigo, fazer um par.

A Gente Se Acostuma.


domingo, 27 de janeiro de 2013

Tempestade



E tudo começou com um sorriso
Então foi dito pelo sernhor dos senhores
Que se faça a luz
E a luz iluminou os corações
E então foi dito 
Que as bocas falem
Então as bocas falaram
Tudo aquilo do que o coração estava cheio
Frustração, tristeza, experiências pelas quais ninguém merece passar
Caixas de remedios e noites sem dormi
Dor da violação, o estraçalhar de um coração
Um caminho a seguir
E o senhor dos senhores disse
Que haja tempestade
E raios e trovões cruzaram o céu
E as bocas se calaram
E os corpos se aproximaram 
E sentiram o toque
E as cabeças pensaram
Os corações pensaram
Que não seria justo
Que não seria a hora certa
E o Senhor disse
Que se faça a escuridão
E as luzes se apagaram mais uma vez
As bocas se calaram
A chuva continuou
E apenas uma leve sensação
De que o fim chegou
Sem mais sentimentos, 
Sem mais coração
Sem mais cabeça...
Apenas essa triste e leve sensação
De acreditar que o amor
Não merece mais atenção.

Incondicional




Eu Gosto Dela
Apesar de tudo
Problemas
Distúrbios 
Orgulho
Medo...
Gosto dela mesmo assim
Parece realmente insano
Entrar nesse jogo 
Sem me importar com perdas ou ganhos
Mas o que fazer 
Se ela me deixou assim...
Inconsequente 
Mais Coração 
Ou talvez menos inteligente
Mas o que me importa
Se o que eu mais quero antes de dormir
É ouvi-la abrir a porta do quarto
E dizer que dormirá comigo
Gosto dela de verdade 
E ela bem sabe disso
apesar de tudo
Problemas 
Distúrbios 
Orgulho
Simplesmente amo
E assim será
Até ela desistir 
Ou até meu coração parar...

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Lara...




Talvez em nada eu possa ajudar

Talvez nem se quer possa voltar a ser o que era antes
Talvez nem se quer vá existir um futuro
E pra ser sincero já tinha pensado nessa possibilidade
Depois que troquei meu otimismo pela racionalidade
E depois que percebi que nada pode ter sido realmente 
O que eu queria (de todo meu coração) que realmente fosse
Talvez seja só o fato de uma batalha 
Na qual o meu único oponente 
É também a mulher pra qual já fiz diversas juras de amor

Tenho Medo de não satisfazê-la
Seja em sentimento 

Seja na cama, no namoro no casamento
Tenho medo de nunca vencer essa luta 
Ou talvez vence-la pelo cansaço
E acabar estando junto por estar
Pelo simples fato de ser mais comodo ficarmos assim por ficar 
Não tenho nada pra te oferecer
Além da inconstância do meu humor
Dos dois que carrego em mim
De uma conversa mirrada no fim de um dia cansativo 
Que dia sim dia não terá um bom assunto no qual
Teremos prazer em conversar 
E que nosso silêncio representará reflexão mutua 
E não falta de assunto 
Tenho minha determinação 
Que por mais que pareça (e creio eu plenamente que não parece)
Não é inabalável 
Tenho discursos bobos de otimismo exacerbado 
E uma filosofia barata de livros de auto ajuda
Os quais nunca li (e pra ser sincero odeio)
Tenho uma paciência, meio estranha, mas possuo-a 
Tenho medo, muito medo, de olhar pra trás e ver que perdi
Por não ter tentado, por não ter dito e demonstrado tudo aquilo
Que eu realmente queria e todas a minhas inúmeras intenções
De te fazer realmente feliz
Medo de que nada dê certo e que somente eu sinta 
A perda de algo que pra mim era mais que um costume
Medo de que você não sofra por isso
Pelo fim de nós... 
...Mas o que dizer?, 
Direi que não sei se é o suficiente 
Direi que apesar de toda minha fé (acreditar naquilo que não se vê)
E de orar por você todos os dias
De Pedir a Deus, tanto o nosso Quanto aos meus 
Que você esteja bem e forte todo santo dia 
De pedir força pra que nós, viremos de verdade um nós 
E não um eu e você pelo simples costume de ser.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

41


Trazida a mim sem ao menos saber 
De nosso trágico futuro
E nosso triste fim
Uma execução sumária 
Que mudaria nosso destino
E o que poderia morrer de velho
Foi assassinado quando recém nascido
Sem defesas e nem coração
E nada que seja dito
Depois de ato tão desmedido 
Não mudará o que aconteceu
E por mais que meu desejo seja de retorno
Não poderei escapar do futuro escabroso
Que espera de braços abertos por mim
Se fosse Chronos voltaria no tempo 
Para mudar esse desfecho 
Mesmo que no fim 
Eu acabasse executado em teu lugar
Por que nada me mata tão lentamente 
E nem me feri tão violentamente 
Quanto tua voz embargada 
A me falar tudo aqui que te magoou 
E fez transformar 
Aquilo que era doce Amor
Em amargo Pesar...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Abortados


Não é mais grito
Agora é sussurro 
A dor no corpo
Nunca será maior 
Que a dor habitando nossas almas
Pois para ela 
Não há remédios
E por mais que mil poemas
De profundidade sejam escritos
Nenhum deles 
E nem todos juntos
Irão traduzir
A dor lancinante  
Dos abortados
Dos Odiados
Ou apenas esquecidos
Por um coração arrependido 
Em um útero frio
A Espera de sua saída forçada
E deveras macabra
Aos cortes e recortes 
Vou saindo de dentro de ti
Adeus, Oh Deus, Oh Ti.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Menina




Ela deita no chão frio do quarto
Em posição fetal e começa a chorar
Suas lágrimas escorrem por suas bochechas vermelhas 
E entram molham seus lábios
Ela chora por que não aguenta mais
Chora pois sabe que só existe este meio
Para que seu coração cheio de amargura 
Se esvazie, para que todo seu ódio se dissipe 
Para que suas mágoas serem curadas
E pra que talvez, com a saída daquelas lágrimas
Surgisse um espaço para alegria. 

Olga...

                                       
E se eu não for assim
Tudo pra ti
Como tu és pra mim
Diga-me o que ei eu de fazer
Se trocar-me pelo outro alguém
Hoje, assim como no inicio
Tenho quase certeza 
De que chorarei mares
Mas se esse for teu Destino 
E a troca te fizer feliz
Pra mim tudo bem