quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

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Trazida a mim sem ao menos saber 
De nosso trágico futuro
E nosso triste fim
Uma execução sumária 
Que mudaria nosso destino
E o que poderia morrer de velho
Foi assassinado quando recém nascido
Sem defesas e nem coração
E nada que seja dito
Depois de ato tão desmedido 
Não mudará o que aconteceu
E por mais que meu desejo seja de retorno
Não poderei escapar do futuro escabroso
Que espera de braços abertos por mim
Se fosse Chronos voltaria no tempo 
Para mudar esse desfecho 
Mesmo que no fim 
Eu acabasse executado em teu lugar
Por que nada me mata tão lentamente 
E nem me feri tão violentamente 
Quanto tua voz embargada 
A me falar tudo aqui que te magoou 
E fez transformar 
Aquilo que era doce Amor
Em amargo Pesar...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Abortados


Não é mais grito
Agora é sussurro 
A dor no corpo
Nunca será maior 
Que a dor habitando nossas almas
Pois para ela 
Não há remédios
E por mais que mil poemas
De profundidade sejam escritos
Nenhum deles 
E nem todos juntos
Irão traduzir
A dor lancinante  
Dos abortados
Dos Odiados
Ou apenas esquecidos
Por um coração arrependido 
Em um útero frio
A Espera de sua saída forçada
E deveras macabra
Aos cortes e recortes 
Vou saindo de dentro de ti
Adeus, Oh Deus, Oh Ti.