Um murro no peito
Uma noite fria
Um vento que o cortava
Era como se uma faca
Atravessasse seu coração
E mesmo que ele quisesse
Nada acontecia
Pois não adianta
O quão seus sentimentos sejam fortes
E o quanto ele acredite em Deus
Nada disso vai adiantar na situação que ele se encontra agora
Respirar fundo e esperar
O que vai acontecer?
Como sempre acontece
Ele não pode agir
ele tenta, ele luta
Pra concertar aqueles erros
E aqueles sentimentos
Que pela primeira vez ele acreditava que não devessem existir
E uma voz grita em sua cabeça
Dizendo o quão fraco ele é
O quão insignificante ele é
E passa na cabeça dele
O suicídio,
O caminho mais fácil
O corte simples e Profundo
De preferência vertical
Pra que não haja remendos
Nem formas de estancar o sangue
Talvez esse seja o desejo mais forte
Nesse coração triste agora
Nesta cabeça que só pede
Pra que seja enterrado de pé
Pois em sua vida
Não suporta mais ficar de joelhos.
[Daniel Sena]