segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Apologia ao Caos


E hoje apenas não quero sair de casa
Quero fazer apologia ao caos
Ver filmes pornôs no café da manhã
Acender fogueira de são João no natal
Romper com meus pais no almoço
E não mais voltar pra jantar
Fugir daqui com você
Fazer sexo até o mundo acabar
Quero abrir as grades da prisão
E abrir o zíper da tua calça
Quero a possibilidade de não voltar mais a viver
E poder voar ao infinito
Quero toda dor e todo o sangue
E tudo mais que for bonito
Toda fúria e toda a revolta contida
Fazer morada nas batidas
Sentir o afago da avó
A simplicidade e o rebuscamento
Fugirei do casamento
No lombo de um jumento
Pois não nasci pra tal calvário
Quero fazer Apologia ao caos
Pois ele é o único que faz sentido
Quero tudo que houver de mais terrível
Tudo que o mundo puder me apresentar
Vou pregar contra as igrejas
E contra o falso moralismo cristão
Vou adolescer por completo meus versos
E farei tudo dar certo 
Quando levantar do meu divã
Meus pais querem um psicólogo
Digo que não tenho nada de Pisciano
O psicólogo fala que é adolescência
Digo, são rios, sou oceano
Acreditam todos que vai passar
Prefiro crer que é o fim dos tempos
Não preciso ter nenhum argumento
Só quero ver o mundo acabar
Roda moinho, roda gigante
Roda moinho, roda pião
Farei de hoje em diante
Do caos o meu coração

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