Imagem: Fabiu Lorenzi |
I
Um olhar languido persegue-me
Teu corpo delgado, acende-me
Ofegante, excita-me
Devoro-me com pensamentos imorais
Saliva escorre da boca
Lambo os beiços imaginando
Deliciar-me contigo, lascívia
Como um lobo ao ver sua presa
Afim de saciar sua avidez canina
Minha pele se arrepia
Um frio em mim se espalha
Como um guerreiro perante a batalha
Preparo-me para enfrentar meu inimigo
E depois de derrubar-te de teu trono
Arrancar tuas vestes
E mostrar que és Kafka também
Desprezível, digna de pena, nada além
E depois de lambuzar-me com cada pedaço
E de saciar todas as minhas vontades
Cuspir-te-ei no chão como mereces
E te mostrarei, és daninha também
Abrirei teus olhos para ti mesma
E mostrar-te-ei a obscuridade
Que mora em ti
II
Levantar-te-ei pois mereces
Ó seres dignos de misericórdia
Ensinarei a lutar com a força de tuas almas
Pela redenção
Em triste, pranto farei
Reconheça que sou bom
Sou amor e humildade
E a responsabilidade das mortandades
Estão fora de minhas mãos
Povos indígenas, Ucranianos, Armênios
E outros tantos deveriam morrer
Faz parte do destino
Agora segue este caminho fecha teus olhos
Pois te que quero bem
Pra que lembrar do sangue da estrada?
Se no fim da caminhada
Viverás perfeição
Era necessário que sofressem
Para que agora reconhecessem
Que fora de mim
Não há salvação.
Daniel Sena.
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